As negociações da Campanha Salarial 2016/2017 não traziam boas previsões nem possibilidades para os trabalhadores da categoria, frente à crise econômica e política que há vários meses assola o país.
Os representantes patronais do Grupo CEAG-10 da FIESP não apresentaram propostas de reajuste, inclusive não falaram nem em reposição da inflação. Até a penúltima rodada de negociações a única proposta que fizeram foi a de retirar da Convenção Coletiva o direito à PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
Diante dessa ameaça, todos os sindicatos se organizaram junto a Fequimfar e promoveram diversas mobilizações e paralisações nas principais empresas do setor no estado de São Paulo, nas quais os patrões faziam parte do grupo de negociação da FIESP.
O resultado foi positivo e eles recuaram da proposta absurda de acabar com a PLR.
Porém, na última rodada foi proposto o reajuste pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) integral do período que equivale a 8,5%, pago em duas parcelas e garantindo assim a reposição das perdas salariais. As mesmas regras se aplicam aos pisos salariais.
Muitas empresas já se comprometeram a pagar o reajuste em uma única parcela. Agora é lutar, empresa por empresa, e se empenhar, para que todas assim também o façam.
Confira como ficam os reajustes para a data base da categoria, que é 1º de novembro.
Reajuste Salarial de 8,5%
(para quem ganha até R$7.929,12)
Representa 100% do INPC, pago em até duas vezes: a primeira de 6% em 1º de novembro de 2016, e a segunda, de 2,5% para ser pago até junho de 2017
Quem ganha igual ou acima de R$7.929,13 será incorporada uma parcela fixa referente a 100% do INPC (8,5%) pago em até duas parcelas sendo a primeira de 6% em 1º de novembro de 2016, e a segunda, de 2,5% pago até junho de 2017
Piso Salarial
Em 01.11.2016
R$ 1.435,67 para empresas com até 49 empregados
R$ 1.471,69 para empresas com 50 ou mais empregados
Em 01.06.2017
R$ 1.469,53 para empresas com até 49 empregados
R$ 1.506,40 para empresas com 50 ou mais empregados.
PLR mantida na CCT
R$ 930,00 para empresas com até 49 funcionários
Valor mínimo de R$1.030,00 para empresas com 50 ou mais funcionários
EDITORIAL
Diante dos recentes acontecimentos em nosso país, se faz necessário enxergar a real situação em que o povo brasileiro se encontra. E quando falamos em povo brasileiro, não podemos falar senão de trabalhadores, estudantes e aposentados.
No Brasil, enquanto a ainda bebe democracia está sendo massacrada, nos Estados Unidos ela é colocada à prova com a eleição do ultraconservador Donald Trump, que trata mulheres com extremo machismo e quer construir um grande muro na fronteira com o México. Pois é, o retrocesso.
Aqui, não bastasse o impedimento a fórceps da presidente eleita democraticamente, o mandatário mor ameaça acabar com direitos trabalhistas conquistados com muitas lutas. Ameaça os candidatos à aposentadoria de nunca conseguirem a realização da tal proeza. Ameaça os estudantes que lutam por melhores condições de educação. Estes, aliás, já foram parte importante em muitas conquistas para o povo brasileiro de uma maneira geral, como na campanha “o petróleo é nosso”, na luta contra a ditadura e no “fora Collor”. Hoje ocupam escolas em todo o Brasil na luta contra o programa Escola sem Partido, que prevê a retirada de importantes matérias da grade curricular e a PEC 241, que limita o teto de gastos do governo com educação e saúde, entre outros, por vinte anos e que se for aprovada, pode acabar com o ensino público gratuito no país.
Para os trabalhadores as perspectivas também não são boas. Existem projetos para acabar com o 13º salário, prevalência do negociado sobre o legislado, derrubada da NR 12 que regulamenta a segurança em máquinas e equipamentos, terceirização e muitos outros.
Terceirização de todas as atividades do processo produtivo. Sabe o que é?
É simples de entender. Existem a empresa e os trabalhadores. A empresa contrata uma outra empresa para contratar os empregados e assim se livrar de gastos. Como resultado a empresa aumenta seus lucros pois não tem encargos e paga para a terceira, que vai contratar os funcionários com salários mais baixos, na verdade, bem mais baixos, permitindo a precarização das relações de trabalho.
Portanto é chegada a hora de resistir aos fortes ataques contra os direitos sociais e trabalhistas. Lutar contra as privatizações que ferem a soberania nacional. É o momento de unir os trabalhadores, lutar pela garantia dos direitos e apontar novos rumos. Nenhum direito a menos é a nossa meta.
Palavra do presidente
Se torna até redundante falar em crise econômica, situação política, golpe no governo e uma série de acontecimentos que se tornaram parte do nosso cotidiano nos últimos tempos, porém, o momento é de reflexão diante destes fatos.
Encerramos nossa campanha salarial e temos a certeza de que essa foi a de maior grau de dificuldade dos últimos anos.
Nas primeiras rodadas de negociação os patrões se postaram indiferentes diante das nossas propostas, das reivindicações de aumento real e aumento na PLR, entre outras. Não fizeram contraproposta. A única manifestação deles foi a indicação de que estariam dispostos a extinguir a PLR, a qualquer custo.
Não tínhamos como aceitar.
A partir desse momento, iniciou-se uma série de paralisações nas empresas que tinham representantes dentro do grupo de negociação.
Uma delas aconteceu na Astra, gigante do ramo plástico que fica em Jundiaí. Os trabalhadores pararam diante do diretor de RH, um dos membros do grupo de negociação e o responsável pela proposta de acabar com a Participação nos Lucros e Resultados.
Pois bem. Conseguimos reverter a situação e garantir o pagamento da PLR para todos os trabalhadores.
Seguindo as negociações, o patronal não queria sequer repor a inflação, alegando que a crise ainda estava em sua fase aguda e que não haveria margem para aumentos de salário. Mais uma vez fomos para o embate e revertemos em favor dos trabalhadores, conquistando o reajuste de 100% do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
Não foi o melhor dos reajustes, sabemos disso e também sabemos que, sem aumento real nos salários, fica difícil acompanhar a inflação, mesmo que ela esteja em queda como nos últimos meses.
Por isso nosso Sindicato já está negociando com as empresas a aplicação integral dos 8,5% de reposição e vamos continuar a luta para conquista-la.
Neste momento temos mais de doze milhões de brasileiros desempregados aguardando por uma oportunidade de trabalho. Esperamos que no próximo ano este número diminua muito e todos os trabalhadores possam fazer parte da luta por melhores salários e condições de trabalho.
Fabrício Cardoso Cangussu
Trabalhadores da Biocapital votam para definir sistema de turnos
A Biocapital, de Charqueada, atravessou por uma grave crise quando foi necessária a redução da jornada de trabalho. O Sindicato atuou e conseguiu que os trabalhadores tivessem seus empregos preservados e sem redução dos salários, que os turnos fossem mantidos e que o Adicional de Turno Ininterrupto de Revezamento – ATIR fosse pago, além das horas extras, quando a jornada fosse excedida.
Lentamente, a economia nacional tem apresentado pequenos sinais de recuperação, e com isso a Biocapital informou sobre a necessidade do reestabelecimento das condições anteriores, especialmente da jornada de 8 (oito) horas diárias.
Diante deste novo quadro, o Sindicato conseguiu que a empresa oferecesse contrapartida aos trabalhadores e, dessa maneira, a Biocapital formalizou três propostas para a retomada da jornada de trabalho.
Na quinta-feira (3), o Sindicato realizou a votação que determinou o novo sistema de turnos na empresa de Charqueada.
Entre as três alternativas existentes, os companheiros votaram secretamente e elegeram a proposta de número 1 como sendo a mais viável para o momento.
Confira o texto da proposta 1:
Turno de Revezamento
Alteração na escala, manutenção de turnos ininterruptos de revezamento, pagamento de ATIR e adicional noturno, com inclusão de trabalho aos sábados.
Retrocesso das reformas afetará trabalhadores
Depois que o presidente Michel Temer foi (literalmente) empossado, muito se fala nos “planos do governo para salvar o Brasil”. Muitas medidas que visam reduzir as ações sociais, acabar com direitos trabalhistas e privatizar o patrimônio público estão em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, como se o trabalhador, pobre, fosse o culpado pela crise.
Veja a seguir algumas das ameaças:
Congelamento de gastos
Aprovada no dia 25 de outubro na Câmara, a PEC 241, que no Senado mudou para PEC 55, prevê o congelamento dos investimentos públicos para os próximos 20 anos. A medida irá impactar diretamente nos recursos destinados pela União a áreas como saúde e educação, já que os repasses ao Orçamento serão reajustados apenas de acordo com a inflação do ano anterior. O texto já aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado prevê também o fim da política de valorização do salário mínimo
Reforma da Previdência
Uma das medidas anunciadas como prioridade por Temer, a reforma da Previdência deve aumentar a idade mínima de aposentadoria, igualar a idade entre homens e mulheres e entre trabalhadores do campo e da cidade e desvincular o valor dos benefícios da previdência dos reajustes do salário mínimo.
Terceirização
Tramita no Senado como o PLC 30 (Projeto de Lei da Câmara, aprovado naquela Casa como PL 4330). Prevê a terceirização irrestrita das atividades-fim nas empresas. Se aprovado também pelos senadores, o projeto autorizará a precarização do trabalho e praticamente anula a importância da CLT na proteção aos direitos dos trabalhadores, já que as empresas poderão contratar mão de obra terceirizada – comprovadamente sempre em condições mais precárias, jornadas maiores e salários inferiores.
Pré-sal
A aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.567/2016 altera o papel da Petrobras na exploração do pré-sal. Além de não ser mais operadora única, a empresa também não terá obrigação de controle sobre o mínimo de 30% da produção, conforme previa lei aprovada durante o governo Lula. A medida abre brechas para as petrolíferas estrangeiras desfrutarem de um óleo de melhor qualidade e preço e tirar do país uma oportunidade de empreender a retomada de uma cadeia produtiva estratégica para o desenvolvimento nacional. Tira também recursos programados para fortalecer os orçamentos em saúde, educação e pesquisa científica.
Fonte: Portal Vermelho, CTB, CUT e Rede Brasil Atual
NOVEMBRO AZUL: CÂNCER DE PRÓSTATA: O TOQUE É PRECISO
A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen.
Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos é o quarto tipo mais comum e o segundo mais incidente entre os homens. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
Estima-se que ocorrerão cerca de 61.200 novos casos em 2016.
Atenção: Estas informações pretendem apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.
Fonte: Instituto Nacional do Câncer
PRINCIPAIS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
Toque retal
Detecta alterações da próstata, como endurecimento ou aumento. Feito em consultório, por urologista
PSA
Proteína produzida pela próstata, o Antígeno Prostático Específico (PSA, na sigla em inglês) serve como marcador, podendo indicar tumor quando seus níveis aparecem aumentados no exame de sangue. Vale ressaltar que sua presença no sangue não significa câncer, necessariamente